"[...] Eu disse a N. que este livro, lateral ao tempo e à
História, resultado de sua dissociação radical em relação
ao regime de luzes e à trama de invisibilidades que
conforma realidade ao mundo, descrevia um esvaziamento
- fotografava cidades arruinadas, silêncios holocáusticos,
vozes soterradas e lágrimas na chuva – desde
uma negatividade não catatônica, que era também a cartografia
de um êxodo. Que a carne destes poemas era
a contranatureza precariamente viva que se impunha
à duração do deserto, ousava existir o vácuo, a morte,
o desespero e o isolamento para aprender a habitar catástrofes,
atravessando-as; e procriar errâncias, desintegrar
as geografias na trilha de novas terras. Caminhada de
pés que só não são estrangeiros à diáspora."
- Jota Mombaça, atravessandabrindo A Duração do Deserto
ATRAVESSE O DESERTO! inteiro e completo, aqui na germina:
http://www.germinaliteratura.com.br/2017/ninarizziaduracaododeserto.pdf
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